quarta-feira, 20 de abril de 2011

Balanço da época

Num ano atípico, estiveram apenas 6 equipas presentes na 1.ª Divisão Distrital de Futsal. Mediante este número decidiu-se fazer um campeonato a 4 voltas, que tantos comentários depreciativos gerou. Na minha opinião foi a melhor decisão, já que várias equipas rejeitavam a ideia de fazer apenas uma divisão distrital. Um campeonato a duas voltas era demasiado curto e que não dava margem de manobra a eventuais erros de qualquer equipa. Quatro voltas premiaria a equipa mais regular. Digo isto sem ser por beneficiar a minha equipa pois terminámos na mesma posição no final da 2.ª e da 4.ª volta. Mas penso que só 10 jogos num campeonato era mau demais, e as desvantagens disso são muito superiores às desvantagens dum campeonato a quatro voltas.
Das seis equipas cedo se viu que estariam quatro a lutar pelos três primeiros lugares que dão lugar directo à subida de divisão, e outras duas num patamar abaixo.

O Santa Ovaia foi claramente a equipa com mais dificuldades deste campeonato. Plantel curto, e sem jogadores tecnicamente acima da média, e, penso eu, sem muita experiência nestas andanças. Mesmo assim foi visível a sua melhoria a nível táctico na defesa. Pelo que vi nos nossos jogos por vezes iam abaixo depois de sofrer os primeiros golos e "desistiam" do jogo deixando avolumar o resultado.

O Pouca Pena foi uma equipa viril, muito aguerrida, a qual tivemos sempre dificuldade em superar, sobretudo nas primeiras partes. Acontecia o mesmo que ao Santa Ovaia, iam abaixo depois de sofrer 1 ou 2 golos. Eram fisicamente mais fortes que o Santa Ovaia e penso ser essa a sua melhor característica: força física e virilidade no jogo.

A Casa do Povo de Miranda do Corvo causou-nos sempre muitos problemas. Empatámos um jogo em nossa casa, num jogo bastante equilibrado, perdemos depois em Miranda no único jogo do campeonato em que um adversário nosso nos pressionou alto e não ficou só à espera dos nossos erros, fazendo uma excelente primeira parte em que praticamente não existimos, muito por mérito deles. Nos outros 2 jogos vencemos, mas sempre com alguma dificuldade, sobretudo em Miranda. Têm vários elementos de muito futuro, com excelente qualidade técnica, rápidos e ágeis, que quando aliado com o conhecimento do jogo, experiência e balanço emocional, vão dar muito que falar. Penso mesmo que além de alguns problemas defensivos, o balanço emocional será uma das coisas mais importantes a melhorar. O que é normal nos jovens. Mostraram também na Taça que as equipas desta divisão tinham qualidade para vencer às da Divisão de Honra.

Sobre o Paionense penso que teve uma época em ascendente. Vencemo-los tranquilamente no primeiro jogo, onde pouco mostraram. No segundo jogo vencemos 2-1 com muita dificuldade. e perdemos o terceiro e quarto, embora com histórias de jogo diferentes. No terceiro, em nossa casa, foram muito melhores que nós. Tinham a estratégia deles bem definida (defender recuados e sair rápido para o ataque), que resultou muito bem e mereceram por inteiro essa vitória. No quarto jogo tiveram a sorte do jogo do lado deles. Nunca estiveram atrás no marcador, fomos muito infelizes na finalização, sobretudo com o resultado em 2-2, e depois de fazerem o 3-2, no 4x5 foram felizes fazendo 3 golos em 3 recuperações de bola. Em suma é uma equipa que defende em bloco baixo saindo em contra-ataque e transições rápidas, tendo 2 jogadores muito bons individualmente, sobretudo o número 10.

A LM Nogueira do Cravo foi, a meu ver, a equipa mais consistente deste campeonato, ou seja, a que melhor tacticamente. Ainda assim, nos nossos jogos apostou quase sempre nas transições rápidas, sendo a que melhor as fazia. Vencemos os 2 jogos em casa, onde estivemos sempre a perder ao intervalo (0-3 no primeiro e 1-2 no segundo), mas com boas segundas partes vencemos bem e merecidamente. Em Nogueira foi o contrário, estivemos em vantagem e perdemos o primeiro lá e cedemos o empate a acabar no segundo. Factor comum nestes dois jogos: livres directos. Apesar da maior arma desta equipa ser o ataque rápido foram livres directos que nos "deitaram abaixo". Foi uma equipa que quando em desvantagem mostrou que sobe o bloco defensivo com qualidade e pressiona bem, tendo por isso qualidade em qualquer dos métodos defensivos. Também na Taça mostrou a qualidade das equipas desta divisão, vencendo no terreno da Prodeco.

Sobre a minha equipa não vou tecer grandes comentários. Apenas dizer que vencer o campeonato e ser eliminado pela Prodeco na 1/2 final da Taça faz com que os nossos principais objectivos tenham sido concretizados e o resultado final da época é bastante positivo. No entanto para mim foi a época mais frustrante como treinador de uma equipa sénior, mesmo depois de ter já descido por duas vezes. O trabalho realizado semanalmente não foi muito visível e a maioria dos jogadores vinha ao treino mas não vinham treinar. A culpa também é, obviamente, minha que deixei arrastar alguns comportamentos mais do que devia. Eles têm qualidade para fazer muito melhor mas devem vir com outra mentalidade para os treinos e apreender muito mais do que fizeram. Seguramente que na próxima época, comigo ou outro treinador, farão muito melhor, até porque, caso se confirme a inscrição da equipa na Divisão de Honra, treinarão três dias por semana, e não dois, e a maior dificuldade dos jogos os obrigará a ter outra mentalidade!

Presente neste campeonato também estiveram as equipas de arbitragem. Sobre estas vou apenas dizer que têm também o direito a errar. Mas conjutamente com este direito vem o dever de admitir o erro! E em várias conversas com elementos da arbitragem isso raramente acontece, dando a ideia que apenas os jogadores e treinadores erram e por isso tratam mal os árbitros para esconder os seus próprios erros. Por muita razão que tenham quando nós exageramos (e fi-lo algumas vezes e erradamente) têm também de colocar a mão na sua consciência e admitir os seus erros pois por vezes basta isso para calar os nossos protestos (falo por mim). Outra coisa que me cai mal, mas que felizmente não acontece com todos os árbitros, é o modo autoritário, irónico e arrogante com que alguns tratam jogadores e treinadores. Se nós falarmos de modo menos próprio os árbitros podem advertir-nos ou expulsar. Deve ser essa a sua arma. E não a arrogância e mau trato como resposta, ainda que nós estejamos errados. Aproveito para pedir desculpa aos árbitros com os quais me excedi, sobretudo ao árbitro do CSFC - CP Miranda do Corvo, que me expulsou (justamente), e que não incluo no grupo de árbitros que trata os treinadores e jogadores sem respeito. Não retiro a minha opinião sobre (eventuais) erros de análise dele a alguns lances, mas a sua personalidade e respeito para com os outros elementos não merecia a minha má educação perante ele.

Nota final para o atraso da AFC a decidir um protesto de jogo que poderá ter influência na classificação, e consequentemente nas equipas que sobem à Divisão de Honra directamente. Não compreendo esta demora e é extremamente prejudicial. O caso não me parece tão difícil de decidir e dá uma péssima imagem da AFC perante os clubes!

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostaria de deixar aqui um pequeno recorte...
Conheço a maioria dos atletas que fizeram parte da equipa do Figueiró e como o treinador diz e quanto a mim muito bem IR AO TREINO É DIFERENTE DE IR TREINAR (também partilho desta ideia), só que a maioria desses jogadores não pensam o mesmo, querem é "tainadas" e por isso os resultados não tenham sido os esperados, quanto ao desempenho de cada um, já que alguns teem potencial para mais, mudando a mentalidade... O treinador refere que terá sido por culpa sua, acredito que sim, pois a maioria desses jogadores já o conhecem e trabalham com ele à bastante tempo e provavelmente ainda não aprenderam a separar a amizade da responsabilidade... Na hora dos treinos e jogos cada um tem que saber ocupar o seu lugar, dentro da equipa, e no final, ai sim, venha a amizade...
Na próxima época o Figueiró terá que arranjar jogadores com outro sentido de responsabilidade ou então estes terão que a arranjar...
FELICIDADES